Quando pensamos em homeostase corpórea (processo de auto regulação do organismo interno), o primeiro órgão a ser lembrado é o rim. Este órgão tem como função o equilíbrio ácido básico, filtração dos líquidos corpóreos, regulação da pressão interna,eliminação de substâncias tóxica endógenas (uréia e creatinina) e exógenas (resíduos medicamentosos),  produção de diversos hormônios com funções específicas.

O tratamento do paciente oncológico, independente da abordagem (cirúrgica ou quimioterápica) envolve uma gama de medicamentos como: quimioterápicos, analgésicos esteroidais e não esteroidas, medicamentos suporte (antibióticos, protetores de mucosa gástrica e intestinal) entre outros, que podem atuar como drogas nefrotóxicas e levar a uma lesão renal aguda e, como consequência, desencadear um desequilíbrio na homeostase. O comprometimento renal pode apresentar diversos sintomas, sendo mais comum náuseas e vômitos (devido ao acúmulo de toxinas), anemia, desequilíbrio eletrolítico e emagrecimento e perda de massa muscular (caquexia).

A Diálise Peritoneal (DP) é uma técnica, indicada em pacientes com insuficiência renal aguda e, consiste na colocação e fixação de um dreno intraperitoneal (através da parede abdominal) por onde é infundida uma solução de diálise. Esta solução tem a capacidade de “absorver” as toxinas e eletrólitos que o organismo do paciente não consegue eliminar durante o período em que os rins não estão desempenhando esta função. Vale ressaltar que a DP é um procedimento realizado por alguns dias e há necessidade de internação e monitorização do paciente durante este período.

Em outras palavras, a DP assume algumas funções do rim na intenção de manter a homeostase corpórea.

Texto: Dr. Cesar Miele