Pacientes oncológicos podem expressar várias alterações metabólicas que elevam o risco para a ocorrência de desnutrição e complicações associadas à ingestão calórica insuficiente em períodos de privação de nutrientes. Neste caso o organismo, alternativamente, passa a utilizar a massa corporal magra como fonte energética, propiciando quadros de emaciação (perda de massa muscular e de gordura) e caquexia (marcante perda de massa muscular, condição comum em pacientes com câncer avançado).

A perda de massa corporal magra impacta negativamente a função imunológica e os processos de síntese e reparação celular como, por exemplo, na cicatrização de feridas em pacientes em recuperação cirúrgica.
A ingestão inadequada de calorias é comumente resultado da perda do apetite ou da incapacidade de ingerir alimentos. Por isso é tão importante garantir que estes pacientes recebam suporte nutricional adequado, seja através de nutrição enteral (através de técnicas que facilitem a ingesta de dietas via trato gastrointestinal) ou por meio de nutrição parenteral (através de suplementação fornecida via intravenosa como, por exemplo, soluções contendo aminoácidos e glicose).

As técnicas de inserção de tubos alimentares para fornecimento de dietas enterais são abordagens muito utilizadas em cães e gatos inapetentes, ou incapazes de ingerir alimentos oralmente. Os tubos de alimentação podem ser inseridos por meio de sondagem nasal (tubo nasoesofágico) ou por meio de fistulação cirúrgica (comunicação entre o meio externo e o lúmen de um segmento do trato digestório através de uma sonda ou tubo) do esôfago (esofagostomia), do estômago (gastrostomia) ou do jejuno (jejunostomia).

Os tubos alimentares fixados por meio de esofagostomia são de fácil realização (procedimento cirúrgico de pequena complexidade que pode ser performado ambulatorialmente, embora haja necessidade de anestesia geral). O manuseio na administração das dietas (líquidas e/ou pastosas) é de fácil execução e os cuidados domiciliares de higienização e proteção da fístula costumam garantir boa adesão dos tutores (vídeo 1).

A presença de um tubo alimentar não impede que o paciente coma, caso demonstre interesse espontaneamente (vídeo 2).

Em alguns casos a recomendação da faringostomia é feita para pacientes que, mesmo ingerindo oralmente suas dietas necessitam de suplementação calórica ou, ainda, para cães e gatos que são relutantes ou agressivos à tentativa de ingestão de medicamentos orais, facilitando enormemente o manuseio e a interação dos tutores/cuidadores destes pacientes durante o período de tratamento necessário.

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