Autora: Dra. Nayra Villar Scattone

O melanoma oral é o tipo de câncer mais frequente na cavidade oral dos cães e pode ser classificado como melânico (apresenta melanina), ou amelânico (quando não apresenta melanina), sendo o último com comportamento mais agressivo.

A mucosa oral dos animais é uma região de difícil visualização por não ser exposta, e raramente é inspecionada com frequência. Devido à sua localização anatômica muitas vezes o diagnóstico é tardio, então é relevante ressaltar a importância do hábito de avaliar a cavidade oral dos cães, por exemplo no momento da escovação dos dentes, para que qualquer alteração seja detectada previamente.   

O diagnóstico do melanoma oral em cães é realizado por meio do exame físico associado aos exames de imagem, como as radiografias de crânio (fornecem informações quanto ao envolvimento ósseo), radiografias de tórax (informações sobre possíveis presença de metástases); tomografia computadorizada e a ressonância magnética (oferecer dados mais precisos e ajudam a determinar planejamento cirúrgico). Os exames laboratoriais como hemograma, bioquímico entre outros, também são importantes para avaliar o estado geral do paciente. O diagnóstico conclusivo, que determina se é melanoma oral (melânico ou amelânico), é o exame histopatológico (coletado por biópsia), e ainda pode ser seguido pela realização de imunoistoquimica para diferenciar os casos de melanomas amelânicos.

Na medicina veterinária, o tratamento de eleição dos melanomas orais é a excisão cirúrgica, e pode ser associada a outras terapias como eletroquimioterapia (tratamento realizado no leito cirúrgico), quimioterapia (medicação sistêmica), radioterapia (uso de radiação para reduzir o tumor e evitar seu crescimento), e imunoterapia (tem efeitos antitumorais e imunomodulatórios, porque os tumores podem liberar substâncias que impedem o sistema imunológico de agir localmente). 

A indicação para os diferentes procedimentos terapêuticos varia em cada caso e são definidos pelo oncologista a partir do estadiamento da doença (se a doença está localizada ou se já existem focos de metástases regionais ou à distância). 

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