Durante a minha rotina, não é incomum o atendimento a tutores de cães que chegam à consulta muito assustados pelo fato de seus animais, após exames de check up, receberam uma “suspeita diagnóstica de câncer hepático”.

Os exames de imagens como, ultrassonografia e tomografia, não são capazes de confirmar a natureza neoplásica das lesões, isto é, não são exames com especificidade para diferenciar uma massa ou nódulo hepático entre tumor beningo, tumor maligno ou mesmo entre lesões hiperplásicas nodulares, uma condição não neoplásica (não tumoral) muito comum em cães idosos e que mimetizam tumores hepáticos nos exames de imagens.

Dentre os tumores malignos hepatobiliares mais frequentemente diagnosticados em cães, consideramos os seguintes tipos histológicos quanto à incidência:

  • Carcinoma hepatocelular (proveniente de hepatócitos)
  • Carcinoma biliar (proveniente de epitélio de vias biliares)
  • Carcinoma neuroendócrino (proveniente de células neuroendócrinas)
  • Sarcomas (proveniente de células estromais)

Para que seja confirmado o tipo histológico (as células que originaram o tumor) é imprescindível que parte do material seja submetido à análise anátomo-patológica, seja por meio de um fragmento de biópsia ou mesmo pela análise da totalidade do nódulo ou massa removido por cirurgia.

Concluindo, exames de check up em animais idosos são considerados uma forma eficaz de rastreamento precocemente de tumores porém, reintero nem todo e qualquer nódulo hepático encontrado são, necessariamente, tumores malignos. A natureza neoplásica da lesão deve ser confirmada pela análise patológica da lesão e, por isso que a cirurgia é considerada a melhor indicação terapêutica para estes casos.

Figura 1 – Detalhe de nódulo hepático volumoso em exame de tomografia computadorizada em paciente Yorkshire, 12 anos.

Figura 2 – Detalhe de coleta de biópsia de nódulo hepático, por acesso percutâneo.

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