texto Rodrigo Cesso
A dor é um sintoma muito comum em neoplasias tanto em humanos como em animais. Esta pode ser decorrente do próprio tumor, secundário a metástases, ao tratamento quimioterápico ou aos efeitos colaterais da quimioterapia. O controle dos sinais clínicos da dor é de suma importância para o bem estar dos animais e para manutenção da qualidade de vida.
Em humanos é muito comum o sofrimento intenso desde o momento do diagnóstico até a instituíção do tratamento. Grande parte desse sofrimento é de origem psicológica, porém sabemos que nos cães e gatos esse fator não ocorre. Nos animais a questão psicológica do tratamento e da consciência referente a doença não existe, tornando mais fácil o manejo terapêutico da dor.
A analgesia no paciente oncológico envolve o uso de medicações de uso rápido, transitório e até mesmo crônico. Isso ocorre porque muitos pacientes necessitam de medicações por toda vida, dependendo do grau de cronicidade dessa dor.
Mas a boa notícia é que a maioria das medicações analgésicas raramente possuem efeitos colaterais vistos em humanos como náuseas ou tremores por exemplo. Portanto, em animais, esses analgésicos podem ser facilmente administrados e muito melhor aceitos.
A dose e a frequência de administração desse tipo de medicação pode variar muito de paciente para paciente, sabemos que cada animal responde de forma diferente aos estímulos dolorosos, e a participação do tutor é de suma importância para diagnosticar precocemente os seus sinais, visto que nossos pacientes não conseguem relatar o momento que estão se sentindo mal. Os sinais mais comuns de dor variam desde inapetência, relutância em se movimentar, vocalização e até mesmo êmese (vômito) e convulsões. O proprietário deve estar sempre atento a estes sinais, e informar ao seu veterinário oncologista responsável quando animal apresentar esses indícios, para que possam ser rapidamente revertidos. A terapêutica será adaptada a cada paciente, de acordo com a resposta do mesmo ao tratamento.