Estadiamento é um método utilizado para determinar a localização e a extensão de uma neoplasia presente no corpo de um paciente. É uma avaliação que usualmente inicia-se na consulta onde o médico avalia determinadas características do tumor que cresceu em alguma parte do corpo (chamamos este de tumor primário), além de procurar indícios se houve disseminação do tumor em regiões vizinhas através da avaliação dos linfonodos regionais (gânglios linfáticos que drenam a linfa circulante do corpo). Para que o estadiamento seja concluído é necessário que o paciente seja submetido a exames de rastreamento (exames de imagens como, radiografia, ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética) os quais avaliam a presença ou ausência de outros focos do tumor em órgãos distantes (estes focos são denominados tumores secundários).
Quando o tumor primário é visível e palpável em alguma área do corpo o oncologista deve: mensurar o tamanho do tumor, avaliar se ele se encontra móvel ou fixo aos planos musculares adjacentes e subjacentes, se a pele que o recobre está íntegra ou ulcerada e se há presença de tecido desvitalizado (necrose). Estas são informações importantes a serem consideradas pois sabemos que tumores de maiores dimensões, fixos, ulcerados e com presença de necrose tendem a apresentar um comportamento mais agressivo.
A avaliação dos linfonodos regionais durante a avaliação física também deve considerar: tamanho, formato, simetria, mobilidade ou fixação a planos musculares adjacentes e subjacentes.
As imagens obtidas através dos exames de rastreamento confirmam a ausência ou presença de focos de tumores secundários, embora deve-se considerar que qualquer exame imagiológico possui restrição para identificar focos secundários muito pequenos (inferiores a 4-5mm), como também a presença de focos secundários ainda microscópicos.
Uma vez o oncologista tenha obtido as informações suficientes através da consulta e da avaliação dos exames de imagens é possível então registrá-las através do Sistema TNM (Sistema de estadiamento preconizado pela União Internacional para Controle do Câncer – UICC). O sistema TNM é um método padronizado que classifica o tumor primário em T1, T2, T3 ou T4, (de acordo com suas dimensões) e categoriza ausência ou presença de infiltração metastática em linfonodos regionais (N0 e N1, respectivamente) e de focos de metástases à distância (M0 e M1, respectivamente).
Assim, consideramos que os pacientes classificados em estadiamento clínico inicial (exemplo T1N0M0) possuem maiores chances de cura ou controle da doença após o tratamento, enquanto que pacientes em estadiamento clínico avançado (exemplo T3N1M1) são pacientes com prognóstico menos favorável, mesmo que este paciente tenha recebido tratamento adequado.