texto Dra. Denise Regina Ramos
A irradiação é a principal via de perda de calor nos animais e consiste na troca de temperatura entre objetos no ambiente que não estão em contato direto com a pele. Isso ocorre por raios térmicos infravermelhos que formam um tipo de onda eletromagnética.Quanto maior a variação de temperatura entre corpo e ambiente, maior será a perda de calor. Sendo assim, fatores como temperatura e umidade do ambiente, taxa metabólica, atividade do paciente, climatização e atividade do ar favorecem na perda de calor.
Em animais conscientes o hipotálamo é responsável pela termorregulação através de vasoconstrição, vasodilatação periférica e estimulação neuroendócrina. Ocorre também aumento do tônus muscular e o tremor involuntário na tentativa de aumentar a temperatura.
Alguns cuidados durante a anestesia podem minimizar a perda de calor e prevenir a hipotermia. Existem protocolos que envolvem o emprego de colchão térmico ou insuflador de ar quente, associado ou não ao uso bolsas de água e infusão de fluidoterapia aquecida.
Na maioria dos casos, essas medidas são eficientes na redução de perda de calor, assim como diminuição do tempo de cirurgia (quando possível) e climatização adequada da sala cirúrgica, evitando que a mesma fique com temperatura abaixo de 22°C. Em alguns casos, a diminuição da temperatura corporal é mais acentuada, portanto, a hipotermia é difícil de ser evitada, principalmente em animais pequenos (abaixo de 8kg) e em cirurgias de longa duração. Nesses casos, o cuidado durante e após a anestesia deve ser redobrado. O ideal é que o animal fique sob cuidados veterinários até reestabelecer a temperatura normal (37,8 a 39,5°C).