O linfoma é um tumor que surge quando os linfócitos (um dos tipos de glóbulos brancos) sofrem transformações malignas. A manifestação clínica de linfoma mais comum em cães é a forma multicêntrica, situação em que observamos um inchaço generalizado dos gânglios linfáticos, normalmente associado à infiltração do baço, fígado e da medula óssea pelos linfócitos malignos. Nos gatos a manifestação clínica mais comum é a forma conhecida como linfoma alimentar; nesta situação ocorre uma expressiva infiltração de linfócitos malignos na parede das alças intestinais (o tecido linfático associado ao intestino denominado como GALTm sigla que significa gut-associated lymphoid tissue, tem como função a proteção de uma invasão microbiana que pode ter como porta de entrada o intestino).
A infiltração de linfócitos malignos nas camadas do trato gastrointestinal produz espessamento característico das camadas da parede intestinal, interferindo na absorção de nutrientes.
Embora de ocorrência menos comum, os linfomas também podem acometer as camadas da pele de cães, produzindo lesões cutâneas isoladas ou múltiplas. Os linfomas cutâneos podem ser diagnosticados como lesões restritas tão somente à pele ou, em alguns quadros mais agressivos, também infiltrar linfonodos e medula óssea, manifestando-se clinicamente como uma leucemia.
As apresentações clínicas de linfoma cutâneo são classificadas em linfomas não-epiteliotrópico (originário de linfócitos B) e epiteliotrópicos (originário de linfócitos T), sendo este último a forma mais comum de linfoma cutâneo na espécie canina.
O linfoma cutâneo epiteliotrópico pode se manifestar em três formas :
1) micose fungóide (manifestação mais comum);
2) síndrome de Sézary (quando há ocorrência de leucemia)
3) reticulose pagetóide (assemelha-se às duas formas anteriores e usualmente apresenta evolução clínica crônica).
As apresentações clínicas de linfoma cutâneo podem apresentar formas variadas como, despigmentação focal, eritrodermia (dermatite descamativa inflamatória que pode acometer regiões de transição muco-cutânea, ou ainda acometer grandes áreas do corpo); lesões em forma de nódulos, placas ou serpiginosas, por vezes acompanhado de prurido. O aumento dos linfonodos superficiais (linfadenomegalia) também pode ser observado.
Apresentações clínicas de linfomas cutâneos:
1. Lesão única, em face
2. Lesões múltiplas, em flanco
3. Eritrodermia em região de focinho
4. Descamação e alopecia em ampla área do corpo
5. Presença de linfócitos malignos em corrente circulatória (Síndrome de Sezáry) – a seta indica linfócito em mitose (divisão)
O tratamento do linfoma cutâneo que apresenta lesões disseminadas é baseado em quimioterapia antineoplásica sistêmica, associada a corticóides. Em alguns poucos casos onde, as lesões atingem uma área restrita da pele, é possível estabelecer tratamento cirúrgico ou ainda radioterápico.
Referências bibliográficas:
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