O controle de dor e desconforto é um dos pilares do tratamento paliativo oncológico de pacientes humanos e veterinários, por isso é importante que todos aqueles pacientes oncológicos que manifestem sintomas de dor como, por exemplo, em casos de compressão e/ou infiltração do tumor em tecidos adjacentes, ou em sítios metastáticos, devem receber atenção e tratamento quanto ao controle álgico.

A forma como o cérebro “compreende e registra” algo como sendo “doloroso” envolve a estimulação ou inibição de diversos receptores que, uma vez estimulados, modulam a dor quanto à sua intensidade e duração.

Vários são os protocolos utilizados no controle da dor em cães e gatos; na maioria dos casos estes protocolos incluem a associação de medicamentos com diferentes mecanismos de ação e, não somente os famosos opióides (derivados da mofina) e os anti-inflamatórios.

Atualmente fármacos de diversas classes têm sido associados com bons resultados para alcançar conforto em cães e gatos com dor como, por exemplo, a associação de opióides, ansiolíticos e antagonistas do receptor NMDA (sigla que significa N-metil-D-Aspartato), receptor este relacionado ao processo de cronificação da dor.

A amantadina é um representante dos antagonistas dos receptores de NMDA e, tem sido utilizada na medicina veterinária com excelentes resultados tanto em pacientes oncológicos, como em pacientes portadores de dores crônicas osteomusculares. Embora as informações técnicas descritas na bula da amantidina refiram-se ao tratamento do mal de Parkison em humanos (neste caso a amantadina participa na liberação e recaptação sináptica da dopamina, além de também agir no bloqueio dos receptores MNDA), seu uso em pacientes veterinários já foi comprovado quanto à sua eficácia e segurança.