O carcinomas uroteliais, ou carcinomas de células de transição é o tipo decâncer de bexiga que mais frequentemente acomete cães. O termo células de transição diz respeito à característica do epitélio da bexiga que, tem como particularidade a presença de células de grandes dimensões na camada mais superficial, sua função é a de acomodar o volume de urina quando a bexiga se distende, levando estas células a acomodarem-se entre si, assumindo um formato mais achatado, voltando a retrair após a micção.

A grande maioria das lesões de carcinoma emergem na região do trigono vesical, assim chamada por se uma área triangular, limitada por três vertices, a duas inserções dos ureteres (local onde a urina chega na bexiga), e o ponto de saída (via pela qual a urina  é eliminada através da uretra).

A exposição a alguns produtos químicos, como herbicidas, inseticidas e também os metabólitos da ciclofosfamida, agente quimioterápico antineoplásico muito utilizado no tratamento de vários cânceres em cães e gatos, além de radiação ionizante,elevam o risco para a ocorrência da malignidade na bexiga. Ainda, apredominância do tumor em certas raças de cães como os Scottish terriers e West Highland White terrierssugerem uma predisposição genetico-racial, também sustentada pelaocorrência de mutações do gene BRAFem aproximadamente 85% dos carcinomas uroteliais e prostáticos em cães.

Os sinais iniciais da doença assemelham-se à apresentação clínicade cistite que, pode ou não evoluir para quadros de hematúria (urina com sangue) e sinais de obstrução em virtude do crescimento do tumor nas porções de transição entre bexiga e uretra.

A cirurgia constitui uma das principais abordagens terapêuticas e, sempre que possível, deve-se considerar a ressecção do tumor com maior margem cirúrgica possível. Porém,  em virtude da dificuldade no alcance de margens cirúrgicas ideais na região do trígono é muito comum a associação de terapias complementares, como a quimioterapia ou a imunoterapia. Esta última tem se mostrado como interessante técnica adjuvante pelo fato de estimular as células de defesa a destruir células tumorais residuais que não foram removidas pela cirurgia.

O maltês Thigo é um excelente exemplo de resposta positiva ao tratamento combinado com cirurgia e imunoterpia. Em janeiro de 2020 eleapresentou os primeiros sinais da doença, culminando com a confirmação diagnóstica pós cirúrgica em julho do mesmo ano.

Em setembro de 2020 Thigo iniciou  aplicações semanais de medicamento imunotherápico, juntamente ao uso contínuo de anti-inflamatório pixorican, muito eficaz para diminuir a inflamação comumente vista em vários tipos de carcinoma, e de forma destacada, noscarcinomas uroteliais.

Atualmente Thigo encontra-se muito bem; sua tutora Raquel está muito felize poder compartilhar conosco um retrato da excelente condição clínica de seu parceiro em comemoração aos 13anos recém-completados!