Os tumores ósseos, sejam eles primários ou metastáticos, são condições que causam dor em graus variados, sendo que a intensidade da sensação dolorosa está diretamente relacionada à extensão da destruição óssea que ocorre durante o crescimento do tumor.
Os osteoclastos, uma das células responsáveis pela remodelação óssea em condições normais, quando presentes em um microambiente tumoral, promovem a erosão da matriz óssea em resposta à estimulação dos peptídeos inflamatórios liberados pelas células tumorais. A sensação dolorosa resulta do estímulo aos nociceptores presentes no endósteo e no periósteo, estruturas que revestem os ossos interna e externamente.
A presença de dor exige tratamento, seja ele curativo ou paliativo. A extirpação cirúrgica do tumor, quando possível, promove a eliminação definitiva da dor, porém, dependendo de sua localização, nem sempre a cirurgia é possível, como no caso de tumores que acometem corpos vertebrais ou extensas áreas onde a cirurgia produziria grandes mutilações. Nestas condições os pacientes podem ser beneficiados com a associação de opióides, anti-inflamatórios não esteroidais, além de antidepressivos e anticonvulsivantes, fármacos que controlam a ocorrência de dor neuropática.
Os inibidores da reabsorção óssea, também conhecidos como bisfosfonados, são muito utilizados naqueles pacientes que não possuem indicação cirúrgica. Os bisfosfonados são comumente utilizados em pacientes humanos com metástases ósseas, sua eficácia está na inibição da atividade lítica dos osteoclastos. As medicações mais utilizadas são o pamidronato e o zolendronato, ambos administrados através de infusões venosas. Porém, os pacientes selecionados ao tratamento devem apresentar bons parâmetros de função renal pois os metabólitos destes compostos são eliminados exclusivamente por excreção renal.
Os benefícios do tratamento com inibidores de reabsorção óssea incluem, além da adjuvância no controle da dor, prevenção de fraturas patológicas que podem ocorrer em virtude da fragilidade no sítio ósseo acometido. Ambas condições devem ser consideradas, principalmente entre os pacientes em tratamento paliativo, para que estes possam usufruir de bem-estar e autonomia no curso de sua doença.