A termografia médica infravermelho é um método de análise, não invasivo e não radioativo, capaz de analisar funções fisiológicas relacionadas a temperatura corporal. Um pouco de História; os primeiros relatos de estudos da temperatura corporal ( termologia) são de 400 a.C., e foram feitos por Hipócrates, considerado o “pai” da medicina. Em sua rotina, o precursor da medicina espalhava lama pelo corpo dos doentes e percebia que, a região em que a lama secasse primeiro, naturalmente, apresentava uma maior temperatura, sendo assim, era identificado o foco da infecção ou inflamação. Por meio desses estudos, Hipócrates descreveu que “ Em qualquer parte do corpo, se houver excesso de calor ou frio, a doença existe e é para ser descoberta”. Mais para frente, no ano de 1800, o cientista Willian Hershell descobriu a mensuração da temperatura em cada cor do arco íris, descrevendo assim, o espectro de cores utilizados nos aparelhos de termografia.

Como efeito natural do metabolismo, seres humanos e animais liberam constantemente diferentes níveis de energia no comprimento de onda infravermelho; essa informação, quando medida, possui o nome de termometria e, quando se transforma tal dado em imagem, tem se a termografia. A termografia detecta a luz infravermelha emitida pelo corpo e visualiza mudanças na temperatura corporal relacionadas a alteração do fluxo sanguíneo. Tal característica, permite que o exame detecte anormalidades superficiais como um processo inflamatório, que pode ser a causa da dor do animal, até processos tumorais, o foco da dor referida (dor distante do local de origem) e até cefaleia. Sim, os animais também possuem cefaléia, a tão conhecida dor de cabeça!

Por anos o seu diagnóstico foi “negligenciado” dada a ausência de comunicação que o animal possui com o seu tutor ou médico veterinário. Sinais inespecíficos como alteração de comportamento, podem estar relacionados a presença de dor de cabeça, por meio de diferentes motivos, em nossos pets. A termografia é um exame diagnóstico rápido e seguro, capaz de diagnosticar algo, outrora, de tão difícil diagnóstico.

A técnica também é muito utilizada na Medicina Humana voltada para o esporte, tal prática se baseia na grande sensibilidade do exame em detectar afecções osteomusculares. Na veterinária não é diferente, contudo, essa sensibilidade pode contribuir muito para o diagnóstico e, melhor escolha de tratamento, para afecções osteomusculares do paciente idoso. Afecções de coluna, por exemplo, são doenças que comprometem a musculatura da região, gerando muita dor focal ao animal. Exames de imagem como a tomografia e o raio x são de grande valia para o diagnóstico da afecção porém, não identificam o “ponto de gatilho” muscular da dor, sendo esse, possível com o uso da câmera termográfica. Tal identificação, viabiliza a intervenção termoguiada com agulhas de acupuntura; tratamento esse realizado de forma precisa, possibilitando a diminuição do número de fármacos administrados e maior qualidade de vida para o animal. O exame é seguro e indolor, mais uma inovação para a medicina veterinária, sempre com o objetivo maior de garantir qualidade de vida aos nossos pacientes.