O câncer é uma doença preocupante em qualquer faixa etária, mas em animais idosos é uma das principais causas de óbito. Na maioria dos casos, o paciente oncológico, em algum momento precisará ser sedado para realização de citologia ou biópsia, ou anestesiado para tratamento cirúrgico ou eletroquimioterapia. É nesse momento que surgem diversas dúvidas, pois esses animais são mais propensos à apresentar anemia, baixa imunidade, doenças concomitantes, síndromes paraneoplásicas e função hepática ou renal comprometidas, devido à idade avançada ou tratamento prévio com quimioterápicos, podendo assim interferir na metabolização dos anestésicos.   Algumas técnicas cirúrgicas oncológicas precisam ser radicais, para que uma margem de segurança seja removida tentando evitar a recidiva de células tumorais, aumentando assim a chance de sangramentos e maior tempo cirúrgico.

Esses fatores aumentam o risco anestésico, mas o tratamento oncológico na medicina veterinária não visa apenas cura e sobrevida, é fundamental garantir qualidade de vida para esses pacientes, tirando a causa de diversas alterações orgânicas e de dor, que é considerada um sinal vital e que por muitos anos foi negligenciada nos animais.

Uma avaliação pré-anestésica detalhada envolvendo exames físico, laboratoriais e de imagem é de suma importância para diminuir o risco anestésico e para definir prognóstico e a conduta anestésica. A escolha de fármacos, diminuição de doses, monitoração constante e emprego de técnicas que envolvem bloqueios regionais tornam o procedimento anestésico mais seguro e eficaz, garantindo ao animal analgesia e recuperação satisfatória.

Texto: Dra. Denise Ramos